Open Franchising definindo os novos rumos do setor

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Open Franchising definindo os novos rumos do setor

Postado dia março 14, 2019 por


É um movimento que busca trazer novas ideias sobre o modelo tradicional de franchising para possibilitar mudança de pensamento criando organizações horizontais

O termo Franchising vem do francês franchise, no qual fran significa concessão de um privilégio ou autorização e, segundo alguns historiadores, este conceito nasceu na Idade Média, em meados do século XII, na Europa. Lá, nesta época, já existiam práticas comerciais iguais ao modelo de franquias atual.

O sistema feudal chamava de franchising a transferência de um direito, ou atribuição de privilégios, na divisão de terras entre a Igreja e a nobreza, na qual os nobres podiam cobrar impostos dos camponeses. Um percentual do valor arrecadado, que era repassado ao clero, ficava com os senhores feudais.

Com o formato atual, o primeiro contrato assinado data de 1850 pela fabricante de máquinas de costura Singer Sewing Machine Company, sediada na região da Nova Inglaterra, quando a empresa decidiu expandir sua atuação pelos EUA, dando licenças de uso de marca e métodos de operação, em lojas exclusivas.

Antes disso, ainda houve um caso que carregava o mesmo modelo de negócio. Em 1840, a cervejaria alemã Spaten-Franziskaner-Bräu concedeu direitos de venda para várias tabernas locais e, em troca, tinham que pagar pelo direito de usar o nome comercial da empresa.

A ideia, tal qual é hoje, era de expandir as empresas, sem a utilização de recursos próprios chegando a lugares que não podiam ir. No Brasil, o sistema começou a ser implementado na década de 1960, por meio das redes norte-americanas de ensino de idiomas CCAA e Yázigi.

Atualmente, o modelo de franquia praticado, mesmo em constante crescimento, evoluindo ano após ano, para muitos já está ultrapassado e uma nova forma de fazer negócios pode alavancar ainda mais o setor.

Este é o caso do movimento Open Franchising que surgiu com o objetivo de evitar que o mercado tenha destino diferente do que vemos hoje. “Empresas de todas as partes do mundo já estão perdendo feio para as startups. Quando a inteligência artificial, com a robótica e a internet das coisas (IoT); a nano e a biotecnologia, ganharem escala, provavelmente, presenciaremos um dos maiores massacres corporativos da história do capitalismo. Diante disso, os negócios estruturados em dois ou mais níveis (two tiers), como o franchising, terão enorme desvantagem, pois será apenas questão de tempo para que as margens não consigam mais alimentar duas bocas, a do franqueador e a do franqueado. Quando isso acontecer, as redes de franquias que não tiverem reinventado a forma como são geridas virarão estatística de mortalidade”, afirma um dos co-fundadores do movimento Open Franchising, Pedro Mello.

A questão central é oferecer para as redes de franquias, e para os franqueados, uma estrutura mais igualitária, na qual todos serão a parte de um todo, dando ideias, decidindo e contribuindo para o crescimento do negócio.

Há mais ou menos dois anos surgiu a ideia de colocar os melhores franqueados nas áreas de finanças, vendas e gestão de pessoas das redes para ampliar a capacidade de solucionar os problemas dos franqueados com baixa performance, contando com soluções reais, testadas e replicáveis, já que eram praticadas por franqueados de sucesso, aumentando o engajamento e a valorização para as franqueadoras.

“No Open Franchising, os líderes aprendem a trabalhar de forma coletiva, potencializando as fortalezas de cada um dos participantes da rede, com o foco totalmente direcionado às atividades que mais geram valor aos seus clientes. A estrutura tradicional de franqueador em cima, mandando, e franqueados embaixo, executando tarefas, dá lugar a uma rede completamente horizontal, em que os papéis são ressignificados e redistribuídos de acordo com as competências, os perfis e as necessidades de todos”, esclarece Pedro.

Entre as redes que já fazem parte deste processo está a franquia de reparos e reformas RenoveJá, que passou a lucrar após a mudança de pensamento.  “Antes do Open erámos uma rede de franquias que seguia no modelo de negócio tradicional e tínhamos muito atrito com os franqueados. Não ganhávamos dinheiro, estávamos enfadados ao insucesso e quebrados. Há um ano e meio mudamos o rumo do negócio. A ideia que eu tinha de que o franchising eram escritórios megalomaníacos, equipes monstruosas, franqueador andando de jatinho e helicóptero mudou e, agora penso:  será que não tinha muita gente morrendo no meio do caminho? E quando eu tive a maturidade para entender isso a chave virou para mim”, revela o fundador da empresa Leôncio Neto.

Para o CEO da Yakisoba Factory, Kiko Kwang, o movimento, além de ter descentralizado operações, colocou a rede em ampla expansão. “Saímos em agosto de 2018 de uma empresa falida para uma empresa lucrativa. O processo começou internamente e, em menos de sete meses, mudamos a perspectiva. Não tem como descrever o que foi a Open Franchising, não só na minha empresa, como para mim também. Uma quebra de paradigmas, várias crenças limitantes que tiveram que ser vencidas para chegar onde chegamos. Além disso, me sinto menos sobrecarregado, surgiram novas ideias, caíram as reclamações, as ações são mais bem estruturadas e os franqueados percebem que são mais valorizados ”, diz.

O segredo do Open Franchising é estabelecer uma mudança de mindset dos gestores das redes para proporcionar uma visão diferente sobre o seu próprio negócio. “O Open Franchising foi fundamental em nossa transformação e estrutura, nesta base sólida que estamos criando aberta, transparente e construtiva, onde todos nós hoje conhecemos e sabemos qual que é nosso papel nessa transformação e nessa visão de futuro”, conclui o CEO do Grupo Flytour, Cristiano de Oliveira.

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